março 20, 2012

Jorge Miranda em Português Grande (2)

Extrato de artigo de opinião do constitucionalista Jorge Miranda publica na revista 'Atual' do 'Expresso' a 17 março 2012 (sublinhados nossos):
O Acordo Ortográfico, assinado em 1990 por Portugal, Brasil e os países africanos de língua oficial portuguesa e a que Timor-Leste aderiu em 2004, tem concitado, desde o início, e agora ainda mais, críticas e ataques de grande intensidade. Não sendo filólogo, não me cabe pronunciar sobre o seu rigor científico, embora não concorde com algumas das soluções e saiba que os próprios filólogos se acham divididos.
Mas, independentemente de outras razões, parece estar a obnubilar-se a natureza política do problema. Do que se trata é da unidade ou aproximação - unidade possível, não completa, por inviável – da ortografia usada em Portugal e no Brasil. Tudo reside em reconhecer dois pontos: 1) que é indispensável, para a afirmação do português como língua internacional, que se verifique essa unidade e aproximação, e não a discrepância ortográfica; 2} que, como foi reiterado pelos ministros da Educação dos países da CPLP, em 26 de maio de 2004, o Acordo constitui um dos fundamentos da Comunidade (reunião na sequência da qual o Segundo Protocolo modificativo viria a estabelecer que aquele entraria em vigor com o depósito do terceiro instrumento de ratificação).
Em alguns escritos, diz-se que o-Acordo representa o abrasileiramento do português ou uma subalternização do português europeu. Admitindo sem conceder, de qualquer forma, a realidade é que o Brasil tem quase 200 milhões de pessoas a falar português e Portugal apenas 10 milhões; e um português reduzido às praias lusitanas correria o sério risco de se tomar uma língua secundária, uma espécie de língua regional - quando, pelo contrário, o português com o Brasil e a sua enorme potencialidade económica e política pode desempenhar um papel relevante nas relações da Europa com o resto do mundo.
(Consulta em linha do artigo)



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